Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica.
- Integração Eletroenergética | (Download 1,16 MB)
- Sistema de Transmissão Horizonte - 2014 | (Download 1,2 MB)
- Diagrama Esquemático das Usinas Hidroelétricas do SIN | (Download 2,97 MB)
O atendimento energético no SIN e a operação da rede elétrica foram conduzidos em 2012 conforme os critérios de segurança e economicidade dos Procedimentos de Rede e, em situações específicas, de acordo com as diretrizes do CMSE e da ANEEL.
A garantia do atendimento energético
Com a ocorrência de um fenômeno climático La Niña de fraca intensidade, o início de 2012 teve afluências elevadas no mês de janeiro nos subsistemas Sudeste/Centro Oeste, Sul, Nordeste e Norte, as quais se estenderam até fevereiro no Nordeste e até março no Norte, sendo sucedidas por significativa recessão nos meses subsequentes. Com isto, as afluências ficaram abaixo da média histórica no período janeiro-abril nos subsistemas Sudeste/Centro Oeste, Sul e Nordeste. No Subsistema Norte, as afluências foram pouco acima da média neste período. Esse cenário hidrológico desfavorável contribuiu para que os subsistemas Sudeste/Centro Oeste, Sul e Nordeste não conseguissem recuperar suas capacidades máximas de armazenamento ao final do mês de abril, o que ocorreu apenas na região Norte.
Durante o período seco, permaneceu o quadro recessivo de afluências nos subsistemas Nordeste e Norte, com valores médios de maio a outubro de 56% e 64% da MLT, respectivamente. Em ambos os casos, este foi o terceiro pior período seco de todo o histórico disponível (1931-2012). No subsistema Sudeste/Centro Oeste, precipitações acima da média nos meses de abril a junho proporcionaram afluências favoráveis durante o período seco, que alcançaram 106,5% da MLT. No subsistema Sul, apesar de alguns picos de afluências favoráveis no período de maio a outubro, foi predominante a situação de baixas afluências.
Neste cenário, a aplicação dos Procedimentos Operativos de Curto Prazo identificou a necessidade de despacho térmico complementar a partir do mês de abril, inicialmente com utilização da geração térmica nuclear, a carvão e a gás. A partir de meados de outubro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE autorizou o despacho pleno do parque térmico (nuclear, carvão, gás e combustível líquido), visando ao atingimento dos níveis-meta estabelecidos de 42% e 33% da energia máxima armazenável no final de novembro, respectivamente no Sudeste/Centro Oeste e Nordeste.
Com o despacho térmico total e a otimização das disponibilidades hidroenergéticas do SIN na programação de curto prazo, o armazenamento ao final do mês de novembro na região Nordeste situou-se em 34,1%. Na região Sudeste/Centro Oeste, com 31,9% registrados, não foi possível atingir o nível-meta estabelecido. Conforme previsto pelos centros de meteorologia nacionais e internacionais, houve um atraso no início do período úmido 2012/2013, o que fez com que as afluências ficassem abaixo das médias históricas nos meses de novembro e dezembro em todos os subsistemas..
Nesse contexto, o CMSE manteve o despacho pleno do parque térmico em dezembro, com o objetivo de preservar os estoques armazenados nos reservatórios das usinas hidroelétricas. Apesar desta medida, as condições de armazenamento agravaram-se em todas as regiões, levando a níveis de armazenamento ainda mais baixos no final do ano.
A integração energética com os sistemas elétricos do Uruguai e da Argentina continuou sendo realizada, com a exportação de 462 GWh de energia para estes países, sempre empregando recursos de geração térmica não utilizados para atendimento aos requisitos energéticos do SIN.
A segurança operativa da rede elétrica
Ao longo de 2012, o ONS desenvolveu estudos e implantou medidas conjunturais que possibilitaram operar a rede elétrica em conformidade com os critérios de continuidade, confiabilidade e qualidade de suprimento estabelecido nos Procedimentos de Rede, como apresentado a seguir.
Dentre os resultados obtidos, destaca-se o início dos serviços necessários na subestação Samambaia 138 kV, de Furnas, para a energização da nova LT 138 kV Riacho Fundo – Samambaia, da CEB, o que contribuiu para a melhoria do suprimento ao Distrito Federal.
Ao final de 2012, foram estabelecidos novos limites de exportação das regiões Sudeste e Centro-Oeste para as regiões Norte e Nordeste, para evitar que a frequência do sistema Norte/Nordeste alcance valor inferior a 57.1 Hz, caso ocorra a perda das interligações Norte/Sul e Sudeste/Nordeste.
Destaca-se ainda a entrada em operação em 2012 da subestação Araraquara 2, parte integrante do sistema receptor da potência a ser transmitida pelos bipolos 1 e 2 Porto Velho – Araraquara 2, o que permitirá o escoamento das usinas do Complexo Madeira para a região Sudeste.
A entrada em operação da SE Araraquara 2, composta por três transformadores 500/440 kV – 3x1250 MVA, dos dois circuitos da LT 500 kV Araraquara 2 – Araraquara e dos dois circuitos da LT 440 kV Araraquara 2 – Araraquara, permitiu o acoplamento das redes de 500 kV e 440 kV em São Paulo, provendo o SIN de importante recurso adicional para equilíbrio da potência reativa nos troncos de 500 kV, 440 kV e 345 kV. Isto proporcionou alívio na geração de potência reativa pelos compensadores síncronos localizados nas subestações de Ibiúna, Tijuco Preto, Embu Guaçu e Santo Ângelo.
Esses novos empreendimentos contribuíram para a mitigação de problemas relacionados ao controle de tensão em subestações de 440 kV de São Paulo, sobretudo em situações de elevados intercâmbios para a região Sudeste.
O Sistema de Informações Geográficas Cadastrais do SIN – SINDAT disponibiliza informações relevantes do sistema, integrando num mesmo ambiente mapas digitais, formados por dados gráficos vetoriais, com dados alfanuméricos da Base de Dados Técnica.
É baseado na tecnologia GIS – Sistemas de Informações Geográficas, em português – e permite o acesso a informações sempre atualizadas sobre a topologia da rede de operação do ONS, de maneira fácil, rápida e interativa.
A atual versão do SINDAT permite o acesso aos seguintes dados e funcionalidades: